29 outubro 2013

Só...

Não consigo mais. Não sou quem sonham. Não sou quem desejam. Não sou ninguém. Sou sombra do que fui. Demorei a perceber que nem sombra sou. Sou apenas parte do que já fui. Uma parte ínfima, sem expressão, sem vontade, sem face. Sou o esboço. Sou apenas o que restou de mim. Sou a alma puída e destroçada, sou a vista turva. Sou o frio da noite sem lua. Sou a escuridão da ausência de estrelas. Sou o viajante perdido, o cidadão do mundo. Sou a desilusão personificada, sou a falta de perspectiva. Sou só. Estou só. Só sou...